GAV

GAV – GRUPO ALERTA VIDA

Em junho de 1998 a explosão de uma bomba caseira atingiu dois amigos, Gabriel 15 anos e Tiago 13 anos. Em consequência do acidente Tiago faleceu e Gabriel teve perda total da visão do olho direito e parcial do esquerdo e vários ferimentos. Recentemente, em agosto de 2015, perdeu a visão do olho esquerdo.

A vivência dessa experiência ocasionada pelo uso inadequado de explosivos levou Gabriel e seus amigos a reavaliarem a importância da vida. Nasce assim o GAV – Grupo Alerta Vida que, desde 1999 vem desenvolvendo um trabalho de conscientização de crianças, jovens e adultos sobre os riscos a que estão expostos, devido a facilidades na aquisição de bombas e fogos de artifício, pela falta de conhecimento e ao desrespeito às leis que regulamentam a fabricação, o comércio e o uso de explosivos.

Os objetivos do GAV – Grupo Alerta Vida são a conscientização da sociedade sobre o risco do manuseio inadequado de bombas e fogos de artifício, através de ações junto à escolas, grupos de jovens e empresas. Articular-se com os meios de comunicação para divulgar a campanha, visando aumentar a consciência social. Realizar seminários e palestras para conscientização de professores, voluntários e da sociedade em geral.

O primeiro seminário foi realizado em junho de 1999, no Cine Luz, em União da Vitória – PR, com o apoio da Polícia Militar, Bombeiros, Exército, Médicos, Juiz de Direito, Especialista em Explosivos.

Foi o início de um trabalho de divulgação e conscientização,  por meio de palestras, fotos e vídeos e materiais informativos, sobre os perigos dessas brincadeiras. “Não tínhamos esse conhecimento quando fizemos a bomba, pois tenho certeza que se tivéssemos tido a oportunidade de assistir uma palestra sobre o perigo do manuseio inadequado de explosivos, jamais teríamos feito a bomba. Infelizmente, eu aprendi da pior maneira possível, sofrendo as consequências de mexer com foguetes”, relata Gabriel nas palestras.

As palestras já foram realizadas em várias cidades do Paraná além de União da Vitória: Curitiba, Cascavel, Assis Chateaubriand, Faxinal do Céu, Campo Largo, Porto Vitória, Paula Freitas, várias cidades de Santa Catarina: Porto União, Canoinhas, Barra Velha. Foram realizados quatro grandes seminários e dezenas de palestras alcançando diretamente cerca de 15.000 pessoas. Além disso, entrevistas em rádios, Tvs, jornais e portais.

Através de levantamentos nos hospitais da cidade e região, após o início dos trabalhos do Gabriel com o GAV – Grupo Alerta Vida, houve uma acentuada queda no número de atendimento de feridos e queimados por explosivos, bombas e fogos de artifício. Os bombeiros relatam grande diminuição no atendimento a casos de bombas caseiras nos últimos anos. Também o cuidado e fiscalização dos locais autorizados para comercialização de fogos de artifício.

A história vivida por dois meninos usada como referência em palestras de conscientização faz com que muitas pessoas pensem com mais cuidado antes de fabricar uma bomba e também na utilização de fogos de artifício. A venda de fogos de artifício, proibida para crianças e menores de 18 anos também esta sendo mais respeitada e o manuseio por adultos com mais cuidado.

Gabriel e o GAV – Grupo Alerta Vida recebem convites para palestras em colégios, grupos escoteiros, empresas (SIPAT) e entrevistas, principalmente  próximo a épocas em que há maior incidência de acidentes com fogos de artifício como festas juninas e final de ano.

Como o Gabriel afirma, o grupo não foi criado para receber prêmios, mas são o reconhecimento ao sério trabalho que desenvolvem e recebem como mais um estímulo a continuar nesse caminho.

O primeiro prêmio recebido pelo GAV – Grupo Alerta Vida  foi a participação no Seminário  Sonhadores do Milênio – Trabalho voluntário selecionado pela ação positiva de jovens em suas comunidades, para participar, como Sonhadores do Milênio, com outros 39 projetos do Brasil e 1960 projetos de cem países, no Fórum Global como Líderes do Amanhã, realizado pela UNESCO em parceria com McDonald’s e Disney, em Orlando, Flórida, EUA em maio de 2000.

Grupo Alerta Vida – GAV, recebeu  a Moção Honrosa da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina, uma Homenagem da Assembleia Legislativa de Santa Catarina ao jovem Gabriel Metzler de Oliveira,  responsável pela campanha de prevenção contra o uso de explosivos.

O grupo foi selecionado para participar do evento Vem Ser Cidadão – Trabalho voluntário selecionado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná para participar do 3º. Seminário “Vem Ser Cidadão”, com o tema: Juventude a Cultura da Paz e o Ano Internacional do Voluntariado. O Seminário foi subdividido em dois momentos: Fórum Brasileiro de Voluntariado e Protagonismo Juvenil, com Delegados Jovens, representantes dos estados brasileiros,  representantes governamentais e do Terceiro Setor nacional e observadores internacionais; Mostras de Projetos de Jovens Protagonistas do Paraná, Brasil, Mercosul e Instituições. Evento realizado em parceria com o IIDAC – Instituto Internacional para o Desenvolvimento da Cidadania. O trabalho também foi selecionado para participar dos Seminários de 2001 e 2002.

Outro reconhecimento foi  a seleção para fazer parte do livro Histórias Premiadas do Voluntariado, publicado em 2002, o qual é composto  por 30 histórias escolhidas através do Concurso do Voluntariado promovido pelo Grupo Pão de Açúcar em parceria com o Centro de Voluntariado de São Paulo.

Outro foi o  Prêmio Exemplo Voluntário que objetiva identificar, selecionar, reconhecer, valorizar e premiar pessoas que desenvolvem ações voluntárias, mostrando assim a importância da participação da sociedade civil na resolução dos problemas de nosso país. Premiação realizada pelo Instituto Voluntários em Ação de Santa Catarina, Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, SESC/SC e Governo do Estado de Santa Catarina, com apoio do Banco Santander.

Todos os reconhecimentos são muito bons, mas o maior reconhecimento do trabalho é poder passar a mensagem do GAV “Não acenda, Viva e deixe viver” e evitar que outras famílias passem pelo que passamos para entender e conhecer os riscos do manuseio inadequado de explosivos.